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Os dogmas são indispensáveis.

O dogmatismo é indispensável à religião. Se não o fosse, a religião organizada, para existir, teria de ser científica (o que ela manifestamente não é, nem aspira a ser).

Como conseguir a coexistência entre a experiência religiosa pessoal, baseada numa convicção íntima e intransmissível, e a aceitação de dogmas para se poder pertencer a um grupo quando tantas vezes a primeira não aceita a segunda? Acho que a resposta está em que cada cristão tem duas identidades religiosas de natureza absolutamente diferente que gravitam uma à volta da outra, influenciando-se, raramente, aqui e ali, mas que existem sós e independentes.

Curiosamente, há grupos cristãos que se consideram (orgulhosamente) sem dogmas e outros para quem os dogmas são de uma codificação legislativa muitíssimo desenvolvida. Tudo explicável em termos sociológicos e históricos, mas sempre muito divertido de se analisar.